A Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) será uma das anfitriãs do VII Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose (SIMBRATOX) e do IV Simpósio Internacional de Toxoplasmose (SINTOX), que será realizado entre os dias 6 e 8 de outubro, totalmente online. Os eventos, realizados em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Toxoplasmose (Rede Toxo) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), reunirão especialistas nacionais e internacionais para discutir os avanços científicos sobre a doença. Com o tema “Toxoplasmose – Fortalecendo a conexão entre Ciência e Sociedade para a Saúde Global”, o simpósio busca reforçar a integração entre ciência, políticas públicas e saúde coletiva, dentro da perspectiva “Uma Só Saúde”.

Dados recentes da Famerp reforçam a importância do debate. Um estudo conduzido entre 2013 e 2018, com 1.700 moradores da região de Rio Preto, revelou que 48% dos participantes possuem anticorpos para toxoplasmose. Desse grupo, 95% nunca desenvolveram sintomas, o que indica uma prevalência elevada de infecções assintomáticas. “Isso mostra que muitas pessoas têm contato com o parasita ao longo da vida e não adoecem, o que é um achado relevante do ponto de vista epidemiológico”, explica o professor Dr. Luiz Carlos de Mattos, do Departamento de Doenças Dermatológicas, Infecciosas e Parasitárias da Famerp.

A pesquisa identificou os anticorpos por meio da técnica ELISA, que permite detectar a presença do parasita mesmo em pessoas sem sintomas. Segundo o professor, a análise teve como foco fatores genéticos associados à resposta imunológica. Já a professora Dra. Cinara de Cássia Brandão, também do departamento, esclarece que embora não haja um perfil específico de infectados, hábitos como o consumo de carne crua, frutas mal lavadas e água sem tratamento adequado aumentam o risco de exposição. “Notamos maior prevalência entre os mais velhos, o que se deve à exposição acumulada ao longo dos anos”, afirma.

Apesar de a maioria permanecer sem sintomas por toda a vida, a toxoplasmose pode se manifestar de forma tardia, especialmente em indivíduos imunossuprimidos. “Transplantados, pacientes com HIV, pessoas em tratamento oncológico ou com deficiências imunológicas estão mais suscetíveis a formas graves da doença, que podem afetar órgãos como cérebro, olhos e coração”, alerta a professora. Casos mais raros em indivíduos saudáveis também foram observados, com manifestações oculares ou neurológicas.

A transmissão ocorre principalmente por ingestão de alimentos contaminados, como carnes mal cozidas e hortaliças mal lavadas, além da água. Embora o gato seja o hospedeiro definitivo do Toxoplasma gondii, a Dra. Cinara reforça que ele não é o transmissor direto. “O risco está no contato com fezes contaminadas, especialmente de gatos que vivem soltos ou em ambientes sem controle sanitário. Gatos domésticos, bem cuidados e alimentados com ração industrial, têm muito menos chance de estarem infectados.”

Mesmo com a alta taxa de infecção assintomática, não há registros de surtos de toxoplasmose em Rio Preto nas últimas décadas. Casos ocorreram em cidades próximas, com atendimento realizado pelo complexo Famerp/Funfarme, que é referência regional. Um dos episódios mais recentes, que será debatido no simpósio, ocorreu em Cotia (SP), onde crianças foram infectadas após a contaminação de um reservatório de água por fezes de gato. “Esse caso é um exemplo claro da importância da vigilância sanitária e ambiental”, destaca o Dr. Mattos.

A expectativa da Famerp é de que os simpósios fortaleçam parcerias científicas e contribuam para estratégias de prevenção mais eficazes. “Nosso objetivo é aproximar a produção acadêmica das demandas da sociedade, promovendo soluções sustentáveis e integradas para a saúde pública”, conclui a Dra. Cinara.

Serviço:
VII Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose (SIMBRATOX) e do IV Simpósio Internacional de Toxoplasmose (SINTOX)
Data: de 6 a 8 de outubro, online
Informações: https://viisimbratox-ivsintox.redetoxo.org.br/
Realização: Rede Brasileira de Pesquisa em Toxoplasmose (Rede Toxo) em parceria com a Famerp, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e as demais instituições que compõe a Rede Toxo (FAMERP, FMJ, IAL-SP, IOC, Rede Toxo, UEFS, UEL, UEM, UENF, UFMG, UFMS, UFRJ, UFRRJ, UFSM, UNILA, USP)

Fonte: Assessoria FAMERP

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