A recém-divulgada quarta edição da pesquisa Oldiversity, realizada pela Croma Consultoria, aponta que 72% das pessoas com deficiência afirmam sofrer capacitismo ao procurar emprego. O estudo, que ouviu dois mil brasileiros entre 19 e 28 de agosto de 2025, evidencia que a exclusão ainda é a regra, não a exceção, no mercado de trabalho nacional.
Para o Defensor Público Federal André Naves, mestre em Economia Política (PUC-SP) e doutor em Economia (Princeton University), os dados revelam um problema estrutural que transcende o campo dos direitos humanos e atinge o cerne da economia brasileira.
"Quando o preconceito determina quem tem acesso ao trabalho, o país perde em produtividade, inovação e justiça social. O capacitismo é, antes de tudo, um obstáculo ao desenvolvimento", afirma Naves.
Inclusão como vetor econômico e ético
Além do dado alarmante sobre discriminação nos processos seletivos, o levantamento mostra que 67% das pessoas com deficiência deixam de consumir produtos de marcas preconceituosas. Para Naves, esse comportamento revela um novo paradigma de consumo ético e consciente, no qual a inclusão se torna um ativo estratégico para empresas e instituições.
"A sociedade está exigindo coerência. As corporações que não incorporarem a diversidade como valor real e prático perderão relevância social e competitividade de mercado", avalia.
O estudo também aponta avanços: 60% dos entrevistados reconhecem esforços das empresas em adaptar produtos e serviços às necessidades de pessoas com deficiência, e há crescimento de 20% na expectativa de itens voltados a públicos diversos. Apesar disso, apenas 42% acreditam que as lojas estão preparadas para atender adequadamente consumidores com deficiência.
Segundo Naves, essas contradições refletem um momento de transição, em que a inclusão ainda é tratada como exceção, e não como política central.
"O país precisa compreender que acessibilidade e inclusão não são custos, mas investimentos em capital humano e coesão social. O trabalho digno é o principal instrumento de emancipação", ressalta o defensor público.
Na avaliação de André Naves, o cenário descrito pela Oldiversity exige respostas coordenadas entre poder público, empresas e sociedade civil.
"Precisamos de políticas afirmativas efetivas, mas também de uma transformação cultural. A inclusão precisa sair do marketing e entrar no planejamento estratégico das instituições", conclui.
Para saber mais sobre o trabalho de André Naves, acesse o site andrenaves.com ou acompanhe pelas redes sociais: andrenaves.def.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada
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