'OUTROS NAVIOS: danças para não morrer' no FIT Rio Preto 2025. Foto: Edgard Machado

Unindo dança, performance, música e artes visuais, o experimento cênico-performativo "OUTROS NAVIOS: danças para não morrer", com concepção e direção de Mayk Ricardo, de São José do Rio Preto (SP), participa do 11º Festival Nacional de Teatro de Jales. A apresentação acontece no dia 24 de outubro, sexta-feira, às 22h, na New Corpus Escola de Dança, com entrada gratuita, acessibilidade em Libras e audiodescrição. O festival é uma realização do Ponto de Cultura Escola Livre de Teatro de Jales, que em 2025 celebra 35 anos de história.

 

Na obra, quatro artistas revisitam suas próprias histórias em meio às violências cotidianas que atravessam corpos negros no Brasil a fim de resgatar suas identidades e imaginar novos futuros coletivos possíveis. Mayk Ricardo, que é artista da dança, assina a coreografia e integra o elenco ao lado de Carol Cof, David Balt e Diego Neves. A partir da experiência individual e coletiva de cada intérprete, a criação propõe um gesto de resistência e reinvenção.

 

Criada em 2023, a convite do Sesc Rio Preto, para integrar a exposição "OUTROS NAVIOS: fotografias de Eustáquio Neves", a performance estabelece diálogos diretos com o imaginário visual e histórico construído pelo fotógrafo mineiro, refletindo sobre memória, deslocamento e sobrevivência. "A pesquisa propôs o encontro das obras fotográficas tanto nos corpos dos performers quanto no vídeomapping e projeções que compõem a dramaturgia, utilizando a arte como estratégia de contra-ataque e prática de autodefesa para reconstruir nossas identidades, territórios e pertencimento; valorizando a ancestralidade, as afetividades e as singularidades", afirma Mayk Ricardo.

 

O trabalho investiga as coreografias possíveis para esses corpos e suas histórias, tendo o afeto e a alegria como escolhas éticas e políticas de resistência frente às opressões. "A construção do trabalho se deu a partir da ideia de corpo abjeto e da crise da presença, na tentativa de chegar a um reconhecimento da subjetividade de cada um e na retomada da identidade negra por meio do campo do ritual, a partir de memórias e histórias pessoais de cada artista, além de matérias e objetos que foram sendo compartilhados nos ensaios", conta Mayk Ricardo.

 

 

Em sua parte final, a cena se expande para além do palco: uma discotecagem ao vivo toma o espaço, assinada pelo DJ Taroba, convidando o público a se deslocar, dançar e celebrar junto. Este momento não surge como apaziguamento, mas como ato político: festejar a vida contra a pulsão de morte e afirmar a potência dos corpos negros enquanto sujeitos de alegria, desejo e invenção.

 

"Pensando nessa ideia de um ritual festivo, surgiu o interesse de ter o DJ Taroba encerrando o trabalho com uma breve celebração da vida e da cultura preta, enquanto os performers conduzem um baile da negritude", diz o artista.

 

A dramaturgia do experimento performático é inspirada especificamente em três séries fotográficas de Eustáquio Neves: "Objetivação do corpo", "Máscaras de punição" e "Boa aparência". Essas séries discutem as relações étnico-raciais promovidas no passado e no presente, como a violência e o silenciamento dos corpos, a intolerância contra os ritos, e a privação de direitos da população negra.

 

O projeto

A apresentação integra o projeto "OUTROS NAVIOS: circulação para novos mundos", contemplado pelo Edital Fomento CULTSP - PNAB nº. 27/2024 - Difusão e Circulação de Projetos Artísticos Culturais.

A proposta é circular por 10 municípios paulistas, oferecendo um conjunto de ações. Além da apresentação, as cidades receberão vivências afetivo-formativas. Também está prevista a produção de um vídeo documental.

As próximas apresentações acontecem em Ubarana (19 de novembro); Itu (21 de novembro); Matão (29 de novembro); e Franca (14 de dezembro).

 

Sobre Mayk Ricardo

Biólogo e artista da dança desde 2005, Mayk Ricardo atua também em produção cultural. Desde 2020, tem consolidado sua trajetória como artista independente, marcada pela colaboração e pela criação em coletivo, a partir de suas vivências enquanto corpo preto no mundo. Entre seus outros trabalhos, destacam-se a vídeo-dança "su.jei.to" (Prêmio Funarte RespirArte), a pesquisa "Movimento-afeto: dançando histórias de amor" (Prêmio Nelson Seixas 2021 e 2022) e o solo "TENHA CUIDADO! É o meu coração" (2024). Baseado entre São Paulo e São José do Rio Preto (SP), soma colaborações com diversos artistas, como na performance "Cartas ao mundo", dirigida por Bia Lessa para o Sesc Avenida Paulista, e nos espetáculos "Transe em trópico" e "Florestar: nenhum lugar é fora", do Núcleo Cinematográfico de Dança. Assina a direção de movimento do espetáculo "BOI MATERIAL", da Cênica (São José do Rio Preto), com direção de Pedro Kosovski.

 

Sinopse

Quatro performers revisitam suas histórias em meio às violências cotidianas para resgatar suas identidades e imaginar novos futuros coletivos. Criado em 2023 a convite do SESC Rio Preto para a exposição OUTROS NAVIOS: fotografias de Eustáquio Neves, o trabalho investiga as coreografias possíveis para esses corpos e suas histórias, tendo o afeto e a alegria como escolhas éticas e políticas de resistência frente às opressões. A performance se encerra com uma discotecagem ao vivo, convidando o público para celebrar a vida contra a pulsão de morte e festejar nossos afetos.

 

Ficha técnica

Concepção e direção: Mayk Ricardo
Coreografia e performance: Carol Cof, David Balt, Diego Neves e Mayk Ricardo
Provocação cênica: Claudia Prestes
Trilha sonora e discotecagem: Taroba Griot
Iluminação: Reni Trombi
Figurinos: Dona Vergínia e Made by Cof

Vídeo-mapping e projeção: Robô.Art
Identidade visual: juny kp!

Foto e vídeo: Guilherme Di Curzio

Assessoria de imprensa: Graziela Delalibera
Interpretação em LIBRAS: Bárbara Moura

Audiodescrição: Milena Bertoni

Produção: Andrea Capelli

SERVIÇO:

OUTROS NAVIOS: danças para não morrer - Mayk Ricardo (em coletivo) - São José do Rio Preto/SP

Quando: 24/10 (sexta), 22h

Onde: New Corpus Escola de Dança

Ingresso: gratuito (retirada na Escola Livre de Teatro - Rua 07, S/N - Anexo ao Teatro Municipal de Jales)

Classificação: 18 anos

Duração: aproximadamente 70 minutos

Acessibilidade: Libras e audiodescrição

 

Fonte: Graziela Delalibera

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