Este domingo (29) é o Dia Mundial do Coração, oportunidade para, em meio ao descanso, a população refletir sobre a importância de adotar hábitos saudáveis e começar a praticá-los. Infelizmente, as estatísticas preocupantes mostram o contrário. Dois dados, em particular, chamam a atenção e podem ter relação entre si: o aumento da obesidade e das mortes entre jovens causadas por problemas cardíacos.

Não há estudos demonstrando a relação entre aumento de obesidade e de mortes entre jovens, porém, é patente a relação de causa-efeito entre os dois fatos, ressalta o cardiologista Luciano Miola, diretor médico do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto, referência no tratamento de problemas cardiovasculares na região noroeste paulista.

"A incidência de problemas cardiovasculares e mortes causadas por eles vem aumentando consideravelmente entre os jovens por causa de fatores como estilo de vida sedentário, má alimentação, tabagismo e estresse", alerta Dr. Luciano Miola.

Em mulheres de 15 a 49 anos, por exemplo, o número de mortes por infarto aumentou 62% entre 1990 e 2019, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Nos Estados Unidos, esta tendência já é verificada há anos. Estudo com mais de 2.000 adultos jovens internados por ataque cardíaco entre 2000 e 2016 em hospitais americanos constatou que 1 em cada 5 tinha 40 anos ou menos, e que a proporção desse grupo tinha aumentado 2% ao ano na última década.

"O Dia Mundial do Coração é sempre uma grande oportunidade para chamarmos a atenção da população, mais uma vez para as tristes estatísticas do Brasil sobre as doenças cardiovasculares", afirma o cardiologista do IMC de Rio Preto.

Números realmente impressionantes. As doenças cardiovasculares são as mais prevalentes na população mundial e a principal causa de morte no Brasil. Segundo a SBC, uma pessoa morre no país por essa causa a cada 90 segundos, mais de 1.100 por dia, 400 mil por ano.

As doenças no coração e sistema vascular causam o dobro de mortes que todos os tipos de cânceres juntos, segundo a SBC. Além disso, provocam 2,3 vezes mais mortes que todas as causas externas (acidentes e violência) e três vezes mais que as doenças respiratórias.

Os principais fatores de risco relacionados às doenças do coração, segundo Dr. Luciano Miola, são a obesidade, elevação do colesterol, diabetes e hipertensão mal controlados, associados a hábitos pouco saudáveis como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, sono ruim, sedentarismo, entre outros.

Entre os jovens, a obesidade avança entre os jovens, conforme demonstra pesquisa feita no ano passado pelo Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia). A pesquisa ouviu 9.000 pessoas, de todas as regiões do Brasil e constatou que 9% dessa população tinha índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/cm², o que configura obesidade. Já em 2023, esse percentual subiu para 17,1%.

Atualmente, mais da metade da população brasileira (56,8%) está com excesso de peso, uma soma de pessoas com sobrepeso e com obesidade. São indivíduos que estão com IMC igual ou acima de 25kg/cm². O índice chega a 68,5% na faixa etária que tem entre 45 e 54 anos e a 40,3% entre os mais jovens, com 18 a 24 anos.

"Esta realidade é resultado da combinação entre dieta inadequada e prática insuficiente de atividade física", resume o cardiologista do IMC de Rio Preto.

A prática de atividade física é considerada um fator de proteção contra o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Os dados do levantamento apontam que apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dr. Luciano Miola afirma que o crescimento dos casos de obesidade e de sobrepeso na infância na população brasileira preocupa muito os médicos, pois, quanto mais precoce o aparecimento, maior risco do acúmulo de comorbidades e maior exposição à essas comorbidades durante a vida. "Este quadro leva a múltiplas complicações associadas à doença como o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, doença cardiovascular, aparecimento de alguns tipos de cânceres, além do risco de morte precoce e impacto sobre qualidade de vida", alerta o cardiologista do IMC de Rio Preto.

Por isso, neste Dia Mundial do Coração, fica o convite para cada pessoa aproveitar o tempo livre do domingo para avaliar seus hábitos de vida e, se concluir necessário, consultar-se com o médico para avaliar a saúde cardiovascular, adotar uma alimentação adequada e saudável e praticar atividade física regularmente.

Fonte: InterMídia

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