Um novo estudo publicado na JAMA nesta quarta-feira (16) aponta uma ligação entre o uso de dispositivos intrauterinos (DIU), que liberam o hormônio levonorgestrel, a um risco 40% maior de desenvolvimento de câncer de mama em comparação com aquelas que não utilizam o método. A pesquisa, realizada pelo Instituto do Câncer Dinamarquês, acompanhou mais de 78 mil mulheres na Dinamarca, com idades entre 15 e 49 anos, usuárias do DIU hormonal, e as comparou a outro grupo de tamanho semelhante que não utilizava o dispositivo.
Embora o aumento do risco tenha sido estatisticamente significativo, especialistas ressaltam que ele continua sendo baixo para a maioria das mulheres, considerando que o uso de métodos contraceptivos é indicado para um percentual mais jovem da população feminina. Mesmo com o aumento, especialistas dizem que o câncer de mama é raro em mulheres jovens, ainda em idade reprodutiva - com menos de 40 anos.
A visão dos especialistas
A pesquisa segue uma linha de investigações anteriores que também associaram contraceptivos hormonais, como as pílulas anticoncepcionais, a um risco levemente elevado de câncer de mama. Contudo, especialistas enfatizam que os benefícios do DIU, como a prevenção de gestações indesejadas, podem superar os riscos. "Esse artigo acaba confirmando a hipótese daquilo que já sabemos: que as mulheres que usam DIU com hormônio, aumentam levemente o risco de câncer de mama. Mas, dependendo da paciente, do perfil, do risco que ela possui e ainda do histórico familiar, podemos considerar não utilizá-lo. Contudo, vale ressaltar que o método continua sendo uma opção segura e eficaz para muitas mulheres", afirma Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas.
Guilherme Novita, mastologista da Oncoclínicas, complementa: "Para pacientes que tenham mutações genéticas, pode ser prudente considerar métodos contraceptivos sem hormônios, tais como o DIU convencional, por exemplo". O presidente do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Mayo Clinic, Daniel Breitkopf, também sublinha a importância de colocar o risco em perspectiva. "Se eu dobrar suas chances de ganhar na loteria, você ainda assim terá poucas chances de ganhar", compara, destacando que o risco absoluto de câncer de mama em mulheres jovens ainda é baixo.
Novita explica ainda que, de modo geral, isso não causa impacto em termos populacionais. "Precisamos entender quem são as mulheres que fazem uso de anticoncepcionais. Geralmente, são um público mais jovem, com 20 até 40 anos, onde o risco de câncer de mama é muito menor do que a média. Então, se considerarmos uma mulher de 35 anos, por exemplo, o risco dela ter câncer de mama naquele ano é muito baixo, sendo 0,1, 0,2%. Com o uso do contraceptivo, há um aumento bastante discreto, de 5 a 10% em cima desse número, que passa a ser de 0,15%. Ou seja, esse risco ainda é muito pequeno".
De acordo com Daniel Gimenes, o estudo reforça a importância de tomar escolhas sempre com base na informação. "Especialmente para mulheres de alto risco, enquanto a pesquisa reitera que, para a maioria, os benefícios dos contraceptivos hormonais continuam relevantes".
Apesar de mais efeitos positivos do que negativos, o mastologista acrescenta que as decisões devem ser tomadas de maneira personalizada, visando o bem estar individual de cada paciente. "Precisamos tomar cuidado com todas as medicações, de uma forma geral. Mas, pensando nos contraceptivos, talvez o DIU convencional seja uma excelente alternativa para as mulheres que estão preocupadas ou possuem um maior risco para câncer de mama", conclui.
Sobre a Oncoclínicas&Co
Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico, oferece um sistema completo que integra clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade. Conta com 142 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso de qualidade em todas as regiões que atua, alinhados aos padrões dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com foco em tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas realizou aproximadamente 635 mil tratamentos em 2023. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, em Cambridge, Estados Unidos, e participação na MedSir, dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer, em Barcelona, Espanha. Recentemente, expandiu sua atuação para a Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando a missão de vencer o câncer para um novo continente e proporcionando cuidados oncológicos em escala global, ao combinar a hiperespecialização oncológica com abordagens inovadoras de tratamento.
A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça. Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com
Fonte: Digital trix
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