A partir da próxima segunda-feira, 22, a Prefeitura Municipal de Catanduva e o Ministério Público de São Paulo realizarão reuniões buscando ampliar e endurecer as fiscalizações em torno da desobediência da população que não vem obedecendo a quarentena, o isolamento social e as normas sanitárias. A informação é do secretário municipal de Saúde, Ronaldo Gonçalves, em coletiva realizada pela Promotoria de Justiça na manhã deste sábado.
No encontro on-line, participaram representantes da região, dos hospitais da Fundação Padre Albino e do Hospital São Domingos, dos promotores dra. Cynthia Casseb Nascimento Galli e dr. André Luiz Nogueira da Cunha, José Guilherme Silva Augusto (Novo Horizonte). Os diretores Marco César Peruchi - Hospital São Domingos, dra. Renata Rocha Bugatti (HPA), dr. Luis Fernando Colla da Silva (HPA) O prefeito Toshio Toyota também acompanhou a coletiva.
A conclusão de todos que participaram do evento foi que a situação da região - com o pólo catanduvense - é crítica em todos os sentidos. Por mais que o número de leitos por enquanto esteja suportando a demanda de pacientes com Covid-19, a falta de medicamentos para os entubados é uma realidade. Os hospitais já adiaram a realização de cirurgias eletivas, e realizando o direcionamento dos medicamentos para casos mais graves. Ainda assim, voltou-se a falar em dias para o fim dos estoques. Além disso, ficou bem claro que o Ministério Público tem conhecimento das festas, eventos, bares abertos, e outras aglomerações que demonstram claramente que a população não está obedecendo as regras da quarentena. A dra. Cynthia Casseb foi clara em apontar um aumento absurdo de número de festas e eventos, se mostrando indignada com a falta de conscientização da população, e prometeu participar ativamente das ações para combater estes eventos. Ela falou em registro de boletins de ocorrência pois a desobediência registrada trata-se de "crime".
Em resposta ao site Passando a Limpo, o secretário Ronaldo Gonçalves confirmou os encontros das autoridades, inclusive do Comitê de Contenção ao Covid, e o endurecimento das regras de fiscalização. E mais: disse que independente do Plano São Paulo, a prefeitura catanduvense não descarta a possibilidade de lockdow (fechamento amplo e geral, além de restrição de mobilidade urbana pelas pessoas).
A iniciativa do Ministério Público foi elogiada por todos. Vários jornalistas também participaram do encontro. O dr. André Luiz chegou a lembrar que o poder público tem a prerrogativa legal de requisitar serviços e produtos, inclusive o trabalho de médicos e profissionais da saúde, apontando que independente do cidadão ter ou não plano de saúde, a prioridade sempre será da fila de necessidades.
Sobre os testes, o secretário de Saúde de Catanduva explicou que adquiriu 1200 testes do tipo RTPCR, 200 sorológicos e recebeu 1500 testes rápidos. Ele explicou que todas as pessoas que apresentam problemas respiratórios são testados, e em seguida os integrantes do grupo de risco. Ronaldo informou que a intenção - no próximo estágio - é a testagem em profissionais de Saúde independente de apresentarem, ou não, os sintomas da doença.
A grande preocupação dos representantes dos hospitais foi pedir para que a população permaneça em casa e evite aglomerações, dizendo que estamos num ponto crucial na batalha contra o Covid-19. A dra. Cynthia, da promotoria, também reafirmou que poderá ocorrer o lockdown caso a população continue se portando de uma maneira que facilite a propagação do Covid-19 na cidade.
Sobre hospitais de campanhas, Ronaldo Gonçalves descartou - no momento - a necessidade desta iniciativa.
Fonte: Passando a Limpo